Vale a pena ser autor independente?

 


Existe uma grande diferença entre o autor que tem contrato com alguma editora e o autor independente. Quando temos um contrato, estamos debaixo de normas que vão gerenciar nosso trabalho. Quando somos independentes, tudo depende de nós. Não quero falar aqui das relações de trabalho que se dão entre os autores e as editoras, até porque não existe uma editora igual à outra. Quero apenas expor as diferenças existentes entre as duas formas e suas vantagens e desvantagens.

Quando você assina um contrato com uma editora o seu livro passa a ser gerenciado por uma equipe de especialistas do ramo da editoração. Capista, diagramador, revisor, às vezes tradutor, equipe de marketing, relações públicas, assessores, gráfica, para citar os mais comuns. Se você tem uma situação financeira confortável, é muito vantajoso deixar o seu livro nas mãos de uma equipe competente, depois vê-lo sair prontinho de uma gráfica com seu nome escrito na capa. Depois disso vêm as divulgações em bienais e feiras literárias, o lançamento e as tardes de autógrafos, o seu livro exposto em prateleiras de livrarias, as parcerias com blogs e sites literários. Com um livro físico você conhece outro mundo, um mundo ao qual pertence simplesmente por ter nascido com o dom de escrever. Ele literalmente te abre portas.

Quando você decide, por motivos variados, se tornar independente, as coisas mudam drasticamente. A equipe especializada não vem pronta, você vai ter que buscar e procurar um orçamento que caiba no seu bolso. Há editoras que fazem a preparação do livro deixando-o pronto para ir para a gráfica mediante um orçamento x. Se esse orçamento for confortável para o autor, já é meio caminho andado. Depois disso, tendo o livro já em mãos em uma tiragem de, digamos, 50 volumes, começa a divulgação. É aí que o autor tem que aprender a trabalhar com marketing ou ir atrás de outra equipe para fazer isso para ele. Para o livro participar de bienais e feiras fazem-se parcerias com estandes e paga-se certa quantia para que o livro seja exposto. Se o livro não tem a saída que o autor pretendia torna-se um fato estressante.

Mas não desanime. Estamos na era do livro digital. Plataformas como a Amazon, da qual faço parte desde 2013, te possibilita a chance de publicar o seu e-book no Kindle Publishing Unlimited. Já fiz parte de uma editora e participei de bienais, feiras e eventos diversos, viajei e fiz lançamentos com tardes de autógrafos. O livro físico e a publicação através de uma editora me abriram portas. No entanto, as circunstâncias financeiras me fizeram optar pela independência. Como meus livros eram muito grossos (na faixa de 500 a 600 páginas), a publicação e tiragem ficavam muito caras para mim. Então, desde 2013 sou autora independente publicando pela Amazon. Meus livros não são Best Sellers, mas possuem um público fiel que me acompanha desde o primeiro livro lançado. Hoje posso acompanhar e gerenciar meus livros, sabendo exatamente quanto vou ganhar de royalties todo mês, e também promover e participar de campanhas de marketing. Não tenho dor de cabeça com orçamentos caros, pois tudo é feito diretamente com a plataforma. Eles me dão o suporte que preciso. Mas isso não quer dizer que seu livro digital não precise de cuidados. Mesmo sendo digital ele requer uma boa diagramação e uma boa revisão de textos. Mas em comparação ao que se gastaria com um livro físico, é bem mais acessível.

Entretanto, um dia ainda almejo retornar para uma editora e ver meus livros publicados em forma física e ocupando as prateleiras das livrarias. É uma sensação que todo autor merece ter. Vou deixar um kindle meu como indicação hoje. A Tenda Peregrina. Uma boa história de aventura no estilo Indiana Jones. Para quem gosta de enigmas e caça ao tesouro, é uma boa indicação.




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