A crítica negativa
É muito difícil nós, autores, nos depararmos com a
primeira crítica negativa de nossos livros. Ficamos à beira da depressão, nossa
autoestima cai por terra, passamos a pensar que nosso livro foi um erro e, por
fim, só nos resta enfiar a cabeça em um buraco e se esconder do mundo. Por que
isso acontece? Primeiro porque não estamos preparados para receber críticas
negativas, por mais que elas sejam necessárias; segundo porque muitas pessoas
simplesmente não sabem criticar e acabam “matando” o autor, destruindo sua
autoestima e segurança. A crítica negativa deve ter um objetivo: apontar as
falhas. E através do conhecimento de nossas falhas é que vamos aprender a
melhorar e a crescer.
Um livro pode encontrar leitores que o amem e lhe deem 5 estrelas numa
avaliação, enquanto outros irão odiá-lo e dar 1 ou 2. Isso prova que o livro é
ruim? Não. Isso prova que os leitores possuem autonomia e gostos diferentes. A
avaliação baixa de seu livro pode ter vários fatores: erros ortográficos e
gramaticais, personagens fracos ou sem personalidade, a fuga do tema principal,
estereótipos, entre outros. Muitos leitores são exigentes e uma escrita confusa
e cheia de atropelos acaba atrapalhando o momento sagrado da leitura, eles não
são cegos e nem usam venda nos olhos, mas estão atentos a cada detalhe. Foi
justamente pelos erros ortográficos e gramaticais cometidos em meu primeiro
livro que decidi me tornar revisora e ser amiga de minha língua pátria.
Acredito que hoje nos relacionamos bem, depois de anos de convívio.
É aí que entra a importância de você ter um texto
revisado e analisado de uma forma crítica antes de ser publicado. Isso evita
erros gritantes e aumenta a excelência do livro. Alguns autores têm dificuldade
com a crítica não apenas por insegurança, mas por orgulho. Simplesmente não
aceitam que aquilo que foi escrito com tanto empenho tenha alguma falha ou deva
ser mudado. Mas existem muitos textos assim sendo publicados atualmente,
simplesmente porque não se procura investir em um trabalho de revisão e leitura
crítica. Livros dessa qualidade acabam gerando uma má vontade para se adquirir
a literatura nacional contemporânea.
Como indicação de livro, vou deixar a obra de Edgar
Allan Poe, que morreu sem um centavo e sem que ninguém reconhecesse seu
talento, sendo aceito hoje como um mestre do terror e suspense com seus contos
sombrios. Vou colocar aqui o livro Histórias Extraordinárias, com contos que
não se devem ler sozinho no escuro.
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