Cartas e Diários


 

 

É difícil imaginar, para quem vive como hoje na época do e-mail e do Whatsapp, a emoção contida em uma resposta que chega através de cartas. Não faz muito tempo, para amenizar a distância e matar saudades de pessoas queridas que passavam a morar distante, as cartas eram verdadeiros tesouros e a figura do carteiro era convertida em herói. A espera pela sua chegada e a palavra mágica “Correio!” dita à sua porta era indescritível, porque muitas respostas levavam semanas e até meses para chegar, o que gerava uma ansiedade monstruosa.

Agora imagine que muitos livros durante o século XVIII e chegando até o século XX foram escritos de forma a terem suas histórias narradas através de cartas! As cartas geralmente eram trocadas entre personagens, mostrando vários ângulos de uma mesma história, e chegavam a ser empolgantes, pois era como se você, enquanto leitor, estivesse bisbilhotando a correspondência alheia e tomando posse da informação que cada personagem guardava sobre determinado assunto. Era um artifício curioso, principalmente por dar um tom de realidade à trama.

Um dos romances que foram feitos dessa forma foi A Religiosa, de Denis Diderot, fílosofo francês e escritor do século XVIII e um dos autores da famosa Encyclopédie. O livro começou como uma carta feita pelo autor para pregar uma peça em um amigo e acabou se desenvolvendo em um romance contando o drama de Suzanne, uma jovem que é enclausurada em um convento contra a vontade e luta até o fim para se livrar dos votos enquanto passa desventuras dentro da instituição. Vou deixar a indicação do livro aqui embaixo.

Existe também outro tipo de livro curioso que é aquele narrado em forma de diário pessoal. Esse. A cada dia, um fato novo é acrescentado e você pode acompanhar as aventuras do personagem, sejam essas aventuras direcionadas para o drama, para a comédia ou para a aventura. O fato é que é um estilo que também traz um aspecto de realidade, de algo que pode acontecer. E, diferente do estilo epistolar, ainda é bastante comum hoje em dia, principalmente com o público adolescente. Mas não deixa de ser um desafio para o autor, pois ele tem que tornar o dia a dia do personagem em algo emocionante de ser acompanhado.

Mas nem todos os diários retratavam a ficção. Um dos livros mais famosos escritos nesse estilo é um relato emocionante e real de uma jovem chamada Anne Frank, que ficou escondida com a família em um quartinho secreto durante a guerra que foi onde compôs o seu diário. Também vou deixar a imagem desse livro como indicação.

Cartas ou Diários, isso não importa. O que sempre vai importar é a criatividade do autor que vai dar a esses aspectos de nossas vidas cotidianas o tempero que merecem ter.

 



Comentários

Postagens mais visitadas