Por que escrever?
Por que escrever? Essa pergunta me leva
à outra: Por que respirar? Para mim, escrever é respirar e inspirar imagens,
sensações, ideias e expirar, na forma de textos e palavras, aquilo que é apenas
sentido e observado.
No conjunto de nossas relações, nós
vamos construindo uma história própria, individual. E essa história, em certo
momento, pede, clama para ser contada, para ganhar vida.Eu poderia pôr minhas
experiências e visão de mundo dentro de uma história, mas que tipo de história
seria? Uma narrativa autobiográfica, uma crônica, uma saga ou apenas um romance
ficcional? As pequenas fábulas infantis, na sua simplicidade e imagens cheias
de fantasia (que eu adoro!), estão permeadas de significados grandiosos.
Para o escritor, experiente ou amador,
escrever é uma necessidade. Ele simplesmente não consegue ficar impassível
diante de uma folha em branco. A produção faz parte de seu ser. Nenhuma
experiência ou visão deveria ser desprezada ou julgada, ou ainda comparada aos
grandes nomes do passado. Cada escritor é um ser individual nesse universo
literário. Um simples poema para ser escrito exige a criatividade, a emoção e a
experiência de quem o escreveu, mesmo que seu sobrenome não seja Drummond ou
Quintana.
Escrever também é um aprendizado diário
e, nesse aprendizado, muitas vezes as palavras não revelam exatamente o que
todos querem ver. Essa é a mágica da escrita! Escrever, portanto, é respirar a
vida através do papel.
A poesia é um gênero que me passa essa
sensação de respirar através do papel.
Quando olho para mim
não me percebo. Tenho tanto a mania de sentir, que me extravio às vezes ao sair
das próprias sensações que eu recebo.
O ar que respiro,
este licor que bebo pertencem ao meu modo de existir, e eu nunca sei como
hei-de concluir as sensações que a meu pesar concebo.
Nem nunca,
propriamente, reparei se na verdade sinto o que sinto. Eu serei tal qual pareço
em mim? Serei tal qual me julgo verdadeiramente?
Mesmo ante às
sensações sou um pouco ateu, nem sei bem se sou eu quem em mim sente.
Esse é um poema que eu amo e está no
livro de Fernando Pessoa, que vou indicar abaixo. Obras Poéticas IV – Poemas de
Álvaro de Campos. Todos nós precisamos de poesia para viver.
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