O arquétipo da arqueira - do mito à ficção


 

A imagem da mulher caçadora tem sido um arquétipo popular em todas as formas de literatura, desde os tempos antigos até o cinema moderno. Muitos livros de fantasia também gostam de reproduzir esse arquétipo, inclusive os meus, onde a figura da arqueira não pode faltar. Mesmo nas antigas sociedades patriarcais, existem histórias de mulheres rebeldes que ignoraram seus supostos lugares e se dispuseram a lutar. Vou listar aqui 7 arqueiras lendárias, cuja habilidade com arco e flecha lhes valeu um lugar entre as guerreiras mais épicas do folclore moderno e histórico e serviram de base para as heroínas de hoje.

Nenhuma lista de arqueiras estaria completa sem Ártemis, a deusa grega da caça. Na mitologia grega, Ártemis e seu irmão Apolo são os deuses que introduziram o arco e flecha no mundo. Ela foi talvez a mais reverenciada dos poderosos deuses gregos depois de Zeus, evidenciado por numerosos locais de culto dedicados a ela na Grécia antiga. A maioria desses lugares, incluindo seu outrora glorioso templo em Éfeso, tinha estátuas da deusa segurando seu arco de prata feito pelas mãos de um ciclope, geralmente com um dos cães de caça de Pã a reboque. 



Skadi  é uma deusa dos mitos nórdicos. Entre outros atributos relacionados à neve, como esqui e inverno, Skadi está intimamente associada à caça e ao arco, essencialmente tornando-a o equivalente nórdico de Ártemis, exceto que seus campos de caça são as montanhas congeladas em vez das florestas mais temperadas da Grécia.



As Amazonas eram uma tribo inteira de mulheres guerreiras, muitas das quais eram caçadoras e arqueiras talentosas. As histórias afirmam que elas eram filhas do deus grego da guerra Ares e várias mães, embora muitas descobertas arqueológicas esclareçam que essas eram mulheres reais que lutaram ao lado de gregos em uma versão menos romantizada da Guerra de Tróia. Na verdade, há lendas sobre as Amazonas em quase todos os lugares do mundo, inclusive aqui no Brasil, onde são conhecidas como Icamiabas e deram a inspiração para o nome do Rio Amazonas.



Atalanta é uma heroína grega, filha de um príncipe, que foi deixada no deserto por seu pai porque não nasceu menino. Como diz a lenda, ela foi encontrada por uma mãe ursa - suspeita de ser a própria Ártemis em forma animal, e posteriormente criada por caçadores que lhe ensinaram o caminho do arco e flecha. Foi Atalanta quem primeiro atingiu o colérico Javali de Ártemis com uma flecha, apesar de ser apenas uma mulher em uma equipe de heróis masculinos lendários que incluía Jasão e vários Argonautas.



Durga , uma reverenciada deusa guerreira hindu, recebeu um arco e flecha do deus hindu do vento, Vayu. Ela é conhecida por ser uma protetora feroz da humanidade, lutando contra demônios mantendo um rosto calmo na maioria das representações arqueológicas. Seu arco representa independência e autoconfiança; suas setas significam que devemos ser diretas e inabaláveis em nossos objetivos.



Lara Croft é uma heroína contemporânea inventada para videogames, que se tornou uma versão moderna de arqueiras como Atalanta. Lara é uma arqueóloga que emprega várias armas e ferramentas, mas ela é mais conhecida por sobreviver à sua primeira aventura com um arco e flecha que ela fez com materiais encontrados na floresta. Ela se tornaria uma especialista do arco composto em jogos posteriores.



Katniss Everdeen é provavelmente a arqueira feminina mais famosa nas histórias de hoje, simbolizando o arquétipo. Nos livros de Jogos Vorazes e nos filmes subsequentes, ela empunha um arco longo básico durante as aventuras iniciais e muda de um arco recurvo para um modelo mais avançado nas próximas duas. O arco recurvo também é usado pelo deus grego Apolo.



Essas arqueiras, de fato ou de ficção, eram conhecidas como as mais lendárias. Mas se formos procurar dentro da literatura de fantasia, elas estão por toda parte. Talvez seja porque o arco esteja ligado à figura do ranger, que era geralmente alguém que caminhava com liberdade e ia pegando trabalhos em seu caminho sem se prender a nada.  Assim, o arco não representa apenas força e o poder de uma arma, mas também um símbolo de liberdade e autossuficiência.

Vou deixar aqui a indicação de meu livro As Árvores Sagradas de Nod, que traz Jael, a arqueira de minha história, na capa.


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