Resenha 13 - Eragon


 

Quando Eragon encontra na floresta uma pedra azul polida, acredita que poderá ser uma descoberta de sorte para um simples rapaz do campo: talvez sirva para comprar carne que alimentará a família durante o inverno. Mas, no momento em que um dragão nasce de dentro da pedra, Eragon percebe que está diante de um legado quase tão antigo quanto o do próprio Império. Da noite para o dia, de uma vida pacata, ele é lançado para um arriscado novo mundo movido pelas tramas do destino, da magia e do poder. Empunhando uma espada lendária e seguindo as sábias palavras de um velho contador de histórias, Eragon e o leal dragão terão de se aventurar por terras perigosas e enfrentar inimigos sombrios em um Império governado por um rei cuja maldade não conhece fronteiras. Ao jovem Eragon foi dada a responsabilidade de alcançar a glória dos lendários heróis da Ordem dos Cavaleiros de Dragão. Será que conseguirá vencer os obstáculos que o destino lhe reservou? Agora as suas escolhas poderão salvar - ou destruir - o mundo em que vive.

 Eu comprei os três primeiros livros do 'Ciclo da Herança' de Christopher Paolini. Em seguida, eu ganhei o último livro da série e ele está na minha lista para ser lido desde então, aguardando pacientemente enquanto eu vou lendo um a um, sempre com a sensação de que estou explorando um mundo novo e conhecendo suas regras. Comecei a ler a série após ter lido críticas com relação ao filme e de como este não fez justiça ao livro, isso acabou despertando a minha curiosidade. Meus pensamentos iniciais da série, baseados puramente na leitura do primeiro livro, são do tipo que não vê a hora de explorar todo esse mundo novo e viver mais uma aventura enfrentando o desconhecido.

Na sua essência, Eragon é uma história de amadurecimento, assim como a maioria dos livros que podem se enquadrar na categoria jovem adulto que encarnam a essência da Jornada do Herói. A trama gira em torno de Eragon, um menino de fazenda com um futuro aparentemente comum pela frente, até que ele descobre uma pedra que acaba descobrindo ser um ovo de dragão. A descoberta e subsequente eclosão deste ovo desencadeia uma série de eventos que leva Eragon a viajar por todo o mundo fantástico de Alagaésia, lutando contra as forças do mal e descobrindo novos poderes dentro de si mesmo ao fazê-lo. A magia é muito proeminente durante todo o seu aprendizado, onde é ensinado e aconselhado por Brom.

Na maior parte, o livro é bem ritmado, mas algumas vezes se detém em detalhes da viagem que o tornam um pouco arrastado, mas que compensa pela riqueza de detalhes. Eu particularmente achei as viagens constantes entre as cidades um pouco cansativas, principalmente porque nesses momentos o enredo se perdia em muita conversa, aprimorando as habilidades de luta de espadas e um punhado de luta contra os bandidos que iam aparecendo. Apesar disso, a leitura fluiu com facilidade, principalmente devido ao estilo de escrita fácil de ler do autor. Fácil, mas rebuscada e rica, principalmente para ter sido feita por um rapaz de quinze anos. Alguns não acreditam e duvidam que Christopher Paolini tenha desenvolvido o texto sozinho. Mas isso é duvidar da capacidade criativa de um jovem escritor. Então o que temos é um rapaz de quinze anos contando a história de outro rapaz semelhante.

No geral, foi uma leitura agradável e abriu meu apetite para os próximos três livros, gostei particularmente do clímax do romance. Embora certamente existam muitos aspectos do livro que possam ter comparações com algumas obras de fantasia realmente ótimas, como o trabalho de JRR Tolkien, há o suficiente neste livro para diferenciar dos outros e torná-lo uma leitura razoavelmente original e agradável. Existem algumas críticas bastante contundentes do trabalho de Paolini em que os leitores chamaram Eragon de plagiado, no entanto, é impossível haver uma obra de ficção da última década, que não tenha sido influenciada pelo trabalho de outro autor. Eu, por exemplo, me inspirei sim em Tolkien e em C.S. Lewis para escrever meus livros. Aqui no blog tem dois textos que falam da Jornada do Herói, seria interessante conhecer um pouco sobre isso para não sai por aí dizendo que uma obra foi plagiada. Não conheço outro livro que tenha uma dupla como Eragon e Saphira, nem um espectro sinistro como Durza, ou ainda uma elfa corajosa e enigmática como Ayra, ou um povo com toda a estrutura política dos Varden.

De qualquer forma, Eragon é um bom ponto de partida para jovens leitores que gostam de ficção fantástica, mas talvez sejam jovens demais para ler o trabalho de Tolkien. É possível que possam se espelhar melhor nos dilemas que envolvem Eragon e aprender com seus erros, se identificando com um herói cheio de falhas e dúvidas.

Mas de qualquer forma, fora da construção do mundo, a construção do relacionamento foi fenomenal. Eu realmente entendia como as relações entre Eragon e Saphira, Eragon e Brom, Brom e Jeod, foram cultivadas. Todos eles eram tão críveis. Paolini também faz um trabalho fantástico ao expor as coisas para seus leitores sem revelar o enredo. As reviravoltas foram chocantes, mas não inacreditáveis, o que acho que às vezes acontece, especialmente em romances de fantasia. O livro foi escrito para um mercado-alvo muito mais jovem, mas já não sou mais tão jovem e gostei muito. Acho que se você gosta de Tolkien e Rowling, provavelmente gostará de Eragon também. Para mim vão 5 estrelas brilhando!

 



 


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