Resenha 9 - Alice no País das Maravilhas e Alice no País dos Espelhos


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Alice está entediada no jardim ouvindo sua irmã contar uma história, mas tudo muda quando ela vê um coelho passar correndo por ela vestindo um terno e levando com ele um relógio, então ela resolve que tem que segui-lo e acaba caindo numa toca que parece não ter fim. Ela cai até parar em um salão com múltiplas portas e tenta entender o mecanismo para conseguir pegar uma chave e abrir a menor delas, que vai dar em um belo jardim. E assim começa uma das aventuras mais loucas e sem sentido que eu já li, mas que é ao mesmo tempo a mais fascinante e enigmática.

Para começar, o Mundo Subterrâneo é diferente de qualquer outro mundo criado pela ficção, isso porque ele existe. Faz parte de cada um de nós, do nosso inconsciente. Todas as noites, dormimos e sonhamos com coisas loucas, muitas vezes sem sentido nenhum. E é isso que acontece com Alice. Ela dorme e sonha. Sonha com personagens malucos, pois nenhum deles parece ser normal. No entanto, é surpreendente a naturalidade com a qual ela se relaciona com eles. Não seria possível entender isso a não ser que comecemos a ver o livro da perspectiva de que se trata de um sonho.

Alice sempre me fascinou e perseguiu. Quando eu era criança, minha família trabalhava com animação de festas infantis, e a peça O Sonho de Alice era nosso carro-chefe. Cresci amando a história, mesmo sem ver sentido nela. Era maluca e divertida, com personagens icônicos, como o Coelho Branco, o Gato de Cheshire, o Chapeleiro Louco e a Rainha de Copas, isso sem falar na própria Alice, que parece combinar com a loucura de seu próprio sonho.

Hoje Alice no País das Maravilhas e Alice no País dos Espelhos são objetos de estudo para mim. Aqui no blog já postei três estudos sobre o livro. O que mais me fascina nele, é que parece ser um texto escrito em camadas cheias de símbolos e enigmas esperando para serem decifrados. Esses símbolos falaram comigo de uma maneira, mas outras pessoas podem ter uma perspectiva diferente da minha. Lewis Carroll foi genial na criação de sua narrativa. A despeito de toda a polêmica que o cerca, isso é algo que não se pode negar. Sua genialidade e sua facilidade em nos envolver e identificar com um mundo cheio de loucuras.

A resenha vale para os dois livros que compõem essa edição de luxo da Zahar. Ambos os livros retratam sonhos, personagens loucos, lugares impossíveis de existir no mundo real, coisas sem sentido e muita coisa para ser submetida à reflexão. Eu sempre darei 5 estrelas para Alice, porque ele me lembra que eu sempre posso atingir aquele mundo todas as noites quando durmo. O mundo mais absurdo da ficção acaba sendo o mais real.




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