A arte de contar histórias

 

Uma boa história, seja ela contada em livros ou de forma direta, pode transmitir uma mensagem, entreter ou acender um fogo em seu público. Como autores, criamos experiências, que por sua vez se tornam histórias. Muitas pessoas podem pensar que a arte de contar histórias é algo difícil e complexo, reservado apenas para certas pessoas habilidosas que nascem com um dom específico. Isso não poderia estar mais longe da verdade.

Falarei aqui sobre quem quer contar histórias através das páginas de um livro ou de um texto escritos por você! Já ouviram aquele ditado que diz que para uma pessoa ser plenamente realizada, ela precisa fazer três coisas? Ter um filho, plantar uma árvore e escrever um livro! As habilidades necessárias para contar uma história podem já estar dentro de você, mas também podem ser adquiridas através da prática e da disciplina. Contar histórias vai além das palavras. Com elas, você irá compartilhar um pedacinho de si mesmo. Vamos ver alguns caminhos úteis para dar os primeiros passos:

 

1.       Conheça o público que quer atingir

Pense no que você quer escrever. É um livro infantil? Um livro de fantasia? Uma história de amor? Um livro autobiográfico? Um trailer de suspense e terror? É muito importante determinar quanto tempo a história deve ter e qual a linguagem que você deve usar. Antes de começar sua história, gaste 5 minutos pensando em quem você está querendo alcançar. Quem compraria sua ideia? Com quem você está falando? Quantos anos eles tem? Com o que eles se importam? Eles estão procurando uma experiência de luxo ou econômica? Você precisa se tornar mais profissional ou um tom amigável funcionará melhor? Será publicado como um post de blog, no Facebook ou em outra plataforma? Esses são aspectos muito importantes a serem considerados para ajudá-lo a definir o tom certo e obter os melhores efeitos com seu público.

 

2.       Desperte o interesse do seu público

Você precisa fazer com que seu público se importe e se interesse por aquilo que você está escrevendo. Isso é muito importante. Por que eles deveriam se interessar pela história? Como isso é relevante para o seu público? Sua história aborda temas de interesse específico para seu público-alvo? Deixe isso claro em sua mente ao elaborar a história, porque se não estiver claro para você, não ficará claro para o leitor. 

 

3.       Defina o cenário

Nós experimentamos o mundo através de nossos sentidos e, portanto, se você deseja capturar totalmente seu público, deve envolver seus sentidos. Defina o cenário e forneça ao seu público o contexto da história. Onde a história aconteceu? Qual era o cheiro do ar? Cheirava a pinhas na beira de uma floresta? Ou como o mar na praia? Encha a cena com detalhes que atraiam os sentidos e faça o leitor ter a sensação de que entrou no livro.

4.       Seja cuidadoso com a cronologia.

Às vezes, você pode optar por catapultar o leitor direto para o meio de toda a ação ou para o final da história para chamar sua atenção. É também uma das maneiras mais fáceis de despertar curiosidade, suspense e tensão em sua história. Como seu leitor não sabe o que está acontecendo, ele continuará lendo para resolver as peças que faltam no quebra-cabeça. Se você pretender fazer isso e tiver habilidade para criar cenas de suspense e ação, vá em frente, pois funciona.

 

5.       Qual é o seu objetivo?

Qual é o propósito de contar uma história? Não se esqueça de que, embora você esteja fazendo isso para eventualmente vender um livro e fazer sucesso no meio literário, não deve parecer assim para o leitor. A história precisa ter tempero, ela pode ser engraçada, significativa, emocional ou uma mistura destes, ou algo completamente diferente. Seja criativo, mas não se esqueça de sempre torná-lo relevante e interessante. Seja, além de um autor habilidoso, um leitor exigente de sua própria obra. Tenha autocrítica e aprenda a encontrar suas falhas.

 

6.       Envolva seu público

Tire os limites entre o leitor e sua história. Envolva-os com uma pergunta e coloque-os no centro da história. Dessa forma, você cria uma experiência em primeira mão da narrativa, despertando o desejo do leitor de realmente ter essa experiência na vida real. Busque saber mais sobre os focos narrativos e veja o que pode aprender com eles. Aqui no blog há postagens com esse tema. É através da sua narração que o leitor será atraído.

 

7.       Use o suspense e tire proveito do clima

Já leu um livro tão intenso que você simplesmente teve que ler até terminar, esquecendo completamente o tempo e o espaço? Isto é o que você está tentando alcançar com sua história. Seja descritivo ao contar sobre os momentos climáticos em sua história. Se você estiver contando a história pessoalmente, seja expressivo e fique animado com a história que está contando. Quando sentimos a magia acontecendo enquanto escrevemos é porque ela está sendo transmitida, pode acreditar!

 

8.       Pense em um grande final

A menos que a história continue e você esteja intencionalmente construindo o suspense, deve haver um encerramento na história. Qualquer que seja o enredo que você construiu deve ser concluído e não deixar dúvidas no ar. Adicione magia à sua história deixando seu público com uma sensação de respiração pausada. Você pode fazer isso imaginando sua história como um grande filme com direito até a playlist própria. Como você gostaria que esse filme terminasse?

 

9.       Não seja limitado por ideias preconcebidas

Dependendo do tipo de livro que você vai fazer, lembre-se de que você assumiu uma voz, seja ela de um criador onipotente, de um narrador que apenas observa os fatos ou a voz do próprio personagem. É através dessas vozes que você vai contar sua história. Não se limite por ideias, preconceitos ou qualquer outra coisa que possa travar seu processo criativo. Deixe o fluxo do pensamento fluir livremente.

 

10. Aprenda com a experiência.

Cada livro criado traz uma experiência diferente para o autor. No meu primeiro livro errei muito na parte gramatical e ortográfica, e recebi muitas críticas por isso. Mas esse fato me fez querer aprender e hoje sou revisora de textos e amo o que faço. Vão existir falhas, brechas, tropeços. Mas nada que não possa ser consertado.

 

Espero que o texto tenha sido útil. Vou deixar aqui como indicação o livro Peter Pan, de J. M. Barrie, como homenagem  a Wendy Darling, grande storyteller da ficção.

 

Clique na imagem