Quem eram as Musas, inspiradoras das artes?
A primeira vez que ouvi falar das musas foi no filme Xanadu, de 1980, com Olívia Newton-John, que nos deixou recentemente, no papel de Kira/Terpsícore. Na história ela vinha a terra para inspirar os sonhos de um pintor desiludido. Em uma das partes do filme dizia que “para cada sonho, uma musa”. Eu adorava musicais e este é um filme Cult que eu amo, apesar de ser pobre em conteúdo, o seu simbolismo é imenso ao fazer a junção dos anos 40 com os anos 80 de uma forma tão perfeita.
Mas voltando às musas, quem elas eram? Na mitologia grega é dito que eram as 9 deusas das artes, nascidas da Memória (Mnemósine) e de Zeus, para celebrar a vitória dos olimpianos contra as forças desgovernadas exercidas pelos titãs. O propósito para o qual foram criadas ultrapassa o fato de serem vistas apenas como deusas inspiradoras das artes. Na verdade, suas vozes deveriam ficar gravadas na própria memória do tempo.
Elas habitavam o Monte Hélicon (ou segundo algumas versões o Monte Parnaso), de onde subiam para o Olimpo em ocasiões de festa para encantar os imortais. Quando não estavam fazendo isso, seguiam na companhia do deus Apolo, deus da luz, da poesia e da profecia. Isso dava a elas atributos proféticos que se sobrepunham ao simples conceito de arte.
Tradicionalmente, existem Nove Musas e Nove Artes, frequentemente ligadas entre si. Na mitologia grega, as Musas personificam campos de atividade artística bem definidos para aquela época. Elas ainda são usadas nos tempos modernos para se referir à inspiração, muitas vezes com artistas se referindo a sua própria musa artística pessoal, como se elas fossem uma forma de anjo da guarda peculiar com números infinitos, mas demandas imprevisíveis. Vem daí a expressão “inspirado por uma musa”.
O número de Musas começou como três, mas rapidamente se expandiu para quatro e finalmente, ainda na Grécia antiga, para nove. As Musas não receberam divisões padronizadas até o final dos tempos helenísticos, englobando assim, em sua origem, todas as artes como uma só. Ao que parece, no século XIX, foram-lhes atribuídos vários "deveres" e formas de arte diferentes, com os quais hoje elas se identificam, embora existam várias versões do sistema.
Por exemplo, tradicionalmente existia uma lista numerada das Artes. O número em si variou muito, de cinco a nove, em geral. Originalmente, eram todas versões de poesia e literatura, com a adição de dança, comédia (teatro), tragédia e, geralmente, história e astronomia. Para os gregos antigos, todas as formas de literatura eram formas de poesia e, portanto, de música, como a poesia era cantada. Como eu já citei, as Musas, geralmente em número de nove, eram frequentemente atribuídas a essas formas de arte, especialmente no século XIX.
Dessa forma, suas atribuições eram as seguintes: Calíope era a musa da poesia épica. Clio era a musa da história. Erato era a musa da poesia de amor. Euterpe era a musa da música. Melpomene era a musa da tragédia. Polímnia era a musa da poesia sagrada. Terpsícore era a musa da dança. Thalia era a musa da comédia. Urânia era a musa da astronomia. No entanto, hoje em dia geralmente é diferente, pois vemos a história e a astronomia como ciências, então Clio e Urania precisam conseguir outros empregos. Além disso, vemos toda a poesia como uma forma de arte, então Calíope, Erato e Polímnia têm funções sobrepostas. Também achamos que teatro é uma coisa, não comédia e tragédia como coisas separadas, então Thalia e Melpomene têm que trabalhar juntas.
Como autora, tenho meus momentos de inspiração. Se essa voz que chega é de minha musa interior eu não sei, mas achei que seria válido falar sobre as deusas da arte e da inspiração. Vou deixar como indicação o livro A Ilíada, de Homero, nele vocês poderão encontrar a história da guerra de Tróia e outros eventos envolvendo os deuses e que, segundo o autor, foi diretamente inspirado pelas musas.
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