Resenha 14 - A Profecia de Hedhen


 

Resumo tirado da página da Amazon:

Após a morte da Rainha Cirene, sua irmã Atalia toma o poder. E a partir de Salema, no Sul, o mal começa a crescer sobre a terra de Hedhen. O poder oculto dos seres de sombras, criados pela Sacerdotisa-Chefe, e os recrutamentos forçados feitos pelas Amazonas de armadura negra espalham o terror. No norte, a partir da fortaleza de Hazorah, o Rei-Feiticeiro Jabim cria armas de ferro através de magia oculta e aterroriza os reinos da região. A união dos dois reinos tem um único objetivo: capturar Hulda, a Profetisa, e descobrir o paradeiro da Herdeira, a única que poderia pôr um fim aos seus sonhos de conquista. Pois uma Profecia dizia que ela, ao crescer, iria unir os povos e, com a ajuda da Guardiã e do Rei, trazer de volta o poder dos Tronos da Luz.

 

Resenha: Fonte (http://www.facesdaleitura.com.br/2014/04/a-profecia-de-hedhen.html)

 

A Profecia falava do retorno dos Tronos em dias futuros, onde este já seria dominado pelas trevas. Os três sinais dos “Luminares” estariam marcados nos corpos daqueles destinados a receber essa luz ancestral e poderosa. Dos três, um deveria assegurar o cumprimento dessa Profecia, sem se importar com as consequências; o outro deveria sacrificar a própria vida em troca da vitória; apenas um permaneceria oculto para sua própria segurança, pois em suas mãos repousaria o Cetro de Luz, símbolo dos antigos Tronos. Será que essas três pessoas, portadoras dos poderosos sinais, teriam forças para lutar contra o mal e trazer de volta a sabedoria, justiça e paz dos dias antigos?


Começo esta resenha muito feliz com o que li, um livro de fantasia e, como tal, cheio de lições que me fizeram refletir sobre muitas coisas neste mundo em que vivemos e no qual sempre vivemos alguma dualidade: o bem e o mal, político e apolítico, o amor e o ódio, a razão e a emoção, o sacro e o profano, o civilizado e o selvagem que acabam por trazer angústia, mas também renovação, redescoberta, renascimentos de todas as formas.

Em uma sociedade matriarcal e através das histórias de mulheres fortes como Hulda, uma profetisa que se divide entre sua missão e proteger duas crianças. Deborah, que perdeu a mãe ao nascer, é a promessa de mudança e de esperança, Jael tem a missão de ser a guardiã de uma profecia antiga que promete restabelecer a união e a paz de uma nação escravizada por uma rainha má, Atalia, que se apossou do reino cometendo muitas atrocidades e muito mais fará juntamente com outras figuras do mal. Temos ainda exércitos de Amazonas dos dois lados, estas sempre prontas a agirem, carregam a determinação e a fidelidade de cães de guarda, dentre elas tive um carinho especial pelas amazonas que defendem a justiça e algumas que me marcaram são: Noa, Maalá, Hadassa e as aprendizes Rute e Rebeca.

Não pensem que não teremos romance, porque sim teremos e de uma forma muito madura e linda, mas não é o cerne da obra, não tem como não se apaixonar por Barak e Deborah, pela afeição e respeito de um homem por uma mulher e pela forma que um mexe emocionalmente com o outro. “Às vezes, eu sonho que nossos destinos possam estar de alguma forma unidos. É como se você fizesse parte de mim.” P.87. Mas fica claro que Deborah não pode se deixar amar por estar totalmente comprometida com a Profecia.

“...claro que eu tenho dúvidas, mas não posso deixar que me dominem, senão eu vou enfraquecer e não vou conseguir fazer o que é exigido de mim.” P.89 – Esta passagem me remete a quantas dúvidas temos na vida e, claro, elas fazem parte, entretanto podemos esmorecer frente a elas e não seguir o caminho a ser explorado, desvendado e experimentado – ou podemos utilizar as dúvidas como válvula propulsora para sermos mais fortes e, assim lutar e, vencendo ou não, sempre entendermos as lições e as mensagens ocultas, porque elas existem e estão em toda parte.

“O Pai (Criador), nos fez para ter domínio sobre a natureza, para cuidar dela. Não percebem que somos as únicas criaturas dotadas de razão? A natureza nos serve e não nós a ela! No entanto, deve haver respeito com aquilo que o Pai nos deu, para que haja equilíbrio no mundo.” P. 92.

Deborah, conhecida como a “Mulher de Lapidote”, que significa “a mulher da chama”, era fiel ao Grande Pai e não partilhava da ideia de sacrifícios humanos ou de animais como oferenda, para ela “os sacrifícios foram criados pela ignorância humana.” Trata-se de uma pessoa justa que tem a missão de trazer o povo à luz, dá lições de nacionalidade e da importância da união das tribos em prol de um bem comum que deve ser a restauração do reino e da paz, claro que para que isto aconteça teremos muitas discussões, guerras, feitiços, magia do mal e muito mais. Ela tem grande eloquência, capacidade de aquietar e aquecer corações, além de transmitir coragem às pessoas.

Encontramos aqui Jael, uma pessoa muito importante que tem uma grande missão, é prática e destemida, nascida no mesmo dia e horário de Débora, mas de mães biológicas diferentes, Jael carrega uma marca que as une como irmãs de alma, elas têm total sinergia e vocês, queridos leitores e leitoras, entrarão em contato com formas incríveis de comunicação ente estas maravilhosas mulheres. Preparem-se para viver intensamente cada momento das aventuras, das angústias e do aprendizado constante.

Mas, não tem como não notar homens tão importantes na trama, eles são demais. Além de Barak, um querido, temos Héber, que tem um profundo sentimento de lealdade e um grande amor no coração, Sangar, que é perspicaz e se descobre ao servir o rei e a profecia, os sacerdotes: Nathan com sua imensa sabedoria e sensatez, que traz em si o amor, a compreensão e quando necessário dá broncas tão importantes em muitos momentos da vida, aliás, estas, quando dadas com amor, servem para nos trazer à razão, à realidade. Otoniel, Salum e muitos outros.

É incrível como a autora Cristina Aguiar teceu uma trama rica com muitas histórias acontecendo ao mesmo tempo. Ela teve a habilidade singular de promover de forma muito tranquila as mudanças de um núcleo para outro sem precisar marcar efetivamente esta mudança, sabemos exatamente quando e do que se trata, é muito prazeroso tudo isto, é como se estivéssemos assistindo e participando de tudo, são vidas, destinos e vivências que vão se entrelaçando, pulamos de uma situação para outra com muita leveza e sem nenhuma confusão.

 

Então, pessoas queridas, preparem-se para mergulhar no movimentado, alucinante, belo e muitas vezes angustiante Mundo de Hedhen.

A seguir trago alguns trechos que me marcaram e refletem um pouco do meu jeito de ser e estar neste mundo e nesta vida.

“Aprenda a respeitar o direito dos outros, e estará agindo para mudar este mundo para melhor” p.50

“Como posso estar perdida, se nem sei ao menos para onde ir? P.59”

“Todo aquele que dá um passo no desconhecido, arrisca o próprio destino, abrindo mão do controle de sua vida” p.196.

“Pegue seu arco e acerte seus alvos. Procure vê-los não como os adversários que ainda vai enfrentar, mas como as metas que pretende alcançar nessa vida. Se almejar essas metas do fundo do coração, não errará o alvo” p.276.

Não pensem que há nesta obra uma apologia a qualquer religião, pois não há. Faz parte do contexto o sacro e o profano, para se entender a guerra constante entre o bem e o mal em um mundo épico com a participação de homens e mulheres em pé de igualdade, mas as mulheres aqui, como a maioria de nós, são guerreiras por natureza e amo essas mulheres fortes que fazem acontecer sem desprezar os homens, mas fazendo parcerias com eles, afinal, no processo de construção e desenvolvimento, dependemos uns dos outros e juntos não dividimos, mas multiplicamos e somamos.

O meu agradecimento à autora Cristina Aguiar pelo voto de confiança ao me integrar ao grupo do Booktour, para mim foi uma honra, foi muito aprendizado e crescimento. Agora faço parte da Saga.

Finalmente, convido vocês a lerem esta maravilhosa obra de uma autora nacional fantástica e, sei que como a Cristina Aguiar, temos muitas escritoras e muitos escritores excelentes, mas não valorizados de forma adequada por puro preconceito de algumas pessoas em relação ao que é nacional. Vamos dar mais crédito ao que é nosso, meu povo!

 

Essa resenha foi escrita por Tânia Bueno em 2014 e foi postada no site cuja fonte eu coloquei acima. Para quem se interessar, o link para compra estará anexado à imagem.

 



 

 

 

 

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