O fascínio dos quatro elementos em nossas histórias


 

É muito comum encontrar o tema dos quatro elementos em histórias de fantasia, seja em livros ou filmes. Que força existe nesses símbolos da natureza que os faz ser tão recorrentes na construção das histórias? Há quem considere clichê ma história que aborde esse tema, mas devemos ter cuidado ao rotular algo. A jornada do herói, por exemplo, tem um conceito bem mais profundo e antigo do que supomos à primeira vista. Há dois posts no blog que falam sobre o assunto e vou deixar a referência nos marcadores para quem quiser reler. A mesma coisa acontece com os quatro elementos da natureza. Sua simbologia é antiga e poderosa e isso gera ideias arcaicas, arquetípicas, que nos assombram e maravilham.

Escrevi uma trilogia sobre esse tema, Os Guardiões de Dúnia, mas citando as obras mais conhecidas que discorreram sobre o tema, temos a animação Avatar – A Lenda de Aang, e a sua sequência A Lenda de Korra, ambos com histórias que se passavam em um mundo onde coexistiam as tribos da água, a nação do fogo, o reino da terra e os nômades do ar; um desenho animado do começo dos anos 90, Capitão Planeta, onde cinco jovens, cada um detentor de um dos elementos, tendo o quinto sendo apresentado como Coração, ao se unirem davam origem ao herói Capitão Planeta; O próprio Tolkien, em O Silmarillion, ao falar dos Valar (poderes da terra), indica que há um para cada elemento. É verdade que os valar são sete homens e sete mulheres, mas os quatro elementos estão representados pelos mais poderosos entre eles: Manwë (vento), Ulmo (água), Aulë (terra), sendo Morgoth, que não se conta mais entre os valar, o responsável pelo fogo.

A tradição grega antiga tinha a ideia de que o universo dependia de quatro princípios básicos: Fogo, Terra, Água e Ar. Para compreender melhor esses princípios, precisamos superar nosso hábito de pensar nesses termos apenas no que se refere à natureza. Em vez disso, precisamos entendê-los em termos de sua ação dinâmica. Esses quatro princípios eram chamados de forças primordiais pelos gregos e identificados como sólidos (terra), líquidos (água), gases (ar/luz) e um princípio rarefeito, que permeia tudo, calor (fogo).

Até o início da Revolução Científica, em meados do século XVI, os Elementos estavam associados a fenômenos que eram observados “externamente” e também “internamente”. Entre outras coisas, as dinâmicas associadas ao Fogo, Água, Terra e Ar foram calor, umidade, frio e luz, respectivamente. Fogo, Terra, Água ou Ar - cada pessoa carrega um elemento especial e, de fato, todos carregamos um pouco de cada um. Talvez por isso seja tão prazeroso e mágico escrever e ler sobre o assunto.

Mas dizem haver um quinto elemento. Qual seria ele?  O que é o Quinto Elemento? Alguns consideram a matéria invisível, o misticismo, o espiritual. É o caminho para dentro e a jornada da alma além. Na verdade, não temos certeza do que é, mas sabemos que contém misticismo, espiritualidade, criação e amor, como o Coração, do desenho Capitão Planeta. Nos meus livros eu usei a Luz como um quinto elemento que unia todos os outros.

A verdade é que o tema é fascinante e pode ser usado de várias maneiras independentemente de tempo ou espaço. Na literatura, você pode criar uma história nos dias atuais, mas também pode criar uma em um mundo de fantasia, pode colocar os elementos como pessoas, como poderes ou como lugares. Seja lá qual for a forma que escolher, saiba que não é um rótulo. Você está apenas resgatando símbolos arcaicos e contando sua história em cima deles.

Vou deixar aqui como indicação meu livro O Selo dos Escolhidos, o primeiro da trilogia Os Guardiões de Dúnia. Nele você vai encontrar os elementos sendo mostrados como pessoas, como poderes e como nações. O link de compra vai estar anexado à imagem do livro, caso tenham interesse em adquirir.




 


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