As lições contidas nas Fábulas de Esopo

A origem da fábula é incerta, mas seu alcance é longo. Quando ouvimos o nome "Esopo", isso nos faz lembrar suas fábulas, embora as próprias histórias e suas lições correspondentes, assim como vai acontecer com os Contos de Fada, tenham sido transmitidas por gerações antes de Esopo gravá-las há várias centenas de anos a.C.

As fábulas fizeram sua primeira aparição em inglês em um impresso de 1484. Podemos dizer, então, que as fábulas são parte integrante de nossa história literária e cultural coletiva. Suas lições são universais e atemporais. Quem entre nós não foi chamado a prestar atenção à lição da Lebre e da Tartaruga e lembrar que “lento e firme vence a corrida”, ou a desconfiar das aparências e tomar cuidado com “o lobo em pele de cordeiro”. Essa moral era apenas um componente da fórmula da fábula. Uma fábula é geralmente associada a uma história curta que ensina uma lição, inclui personagens animais que agem e falam como pessoas, são muitas vezes divertidas para crianças de todas as idades, embora algumas possam parecer bem cruéis, e entraram para a nossa cultura como uma forma de ensinar moral.

Mas as fábulas ainda são relevantes em nossos tempos?

Apesar da pequena comparação feita com os Contos de Fada no início do texto, as Fábulas de Esopo são bem mais antigas, remetendo-se aos tempos clássicos da Grécia Antiga. As Fábulas de Esopo foram contadas e recontadas, depois escritas e reescritas inúmeras vezes como forma de entretenimento e educação. Esboços anedóticos e cômicos eram formas cotidianas de diversão na antiga Atenas e Delfos.

 Esopo não escreveu suas fábulas. Ele contou as histórias para muitas pessoas e elas se lembraram delas. Passaram-se quase duzentos anos antes que as histórias fossem reunidas e publicadas. As fábulas não foram publicadas em inglês até o século XV, mas desde então se espalharam e têm sido lidas por pessoas de todo o mundo. Suas lições de moral são tão verdadeiras hoje quanto eram 2.500 anos atrás, quando Esopo estava vivo.

Lições das fábulas

As primeiras lições que aprendi vieram das fábulas de Esopo, muitas vezes ilustradas em meus livros didáticos. Muitas delas ainda estão frescas em minha mente quase cinquenta anos depois. Fábula ou fíbula em latim é uma história ou conto, especialmente um conto, muitas vezes com animais ou objetos inanimados como oradores ou atores, concebidos para transmitir uma moral. Tão simples e universais são as fábulas que ninguém poderia perder a lição de cada história.

Esopo, o fundador das fábulas, era um nativo da Grécia antiga, um ex-escravo que conquistou sua liberdade por seu gênio e inteligência, um mestre em filosofia alegórica. É por esse dom natural que ele também ganhou fama, é também por isso que ele encontrou um lamentável fim nas mãos dos inimigos que suas fábulas criaram. Esopo é o maior fabulista de todos os tempos, e se houverem outros fabulistas proeminentes depois dele e no presente, provavelmente há traços de Esopo em suas histórias. Mesmo fábulas modernas como o filme Babe, sobre o porco que ganhou o direito de viver aprendendo a ser um "cão pastor", nos lembra Esopo. Ou tome o caso de A Revolução dos Bichos, de George Orwell, uma história sobre a loucura e a ganância do homem por poder, riqueza e vida luxuosa.

Mas pouco podemos perceber a moral original de Esopo na maioria das animações de hoje. Há simplesmente fantasia demais que mascara a lição, especialmente com a versatilidade da tecnologia que enfatiza cenários que aumentam o enredo como se fábulas estivessem executando histórias de entretenimento. O que a tecnologia perde é que ela não consegue capturar o refinamento da apresentação e a mensagem intencional que permanece em segundo plano. Esopo tem uma maneira única de fazer seu leitor olhar primeiro para dentro de si mesmo antes de julgar os outros.

Embora reconheçamos Esopo como o pai da fábula, havia fabulistas à sua frente como Arquíloco, que escreveu fábulas cem anos antes. Mas é certo que Esopo foi o primeiro a dar fama a essa espécie de ensino, baseando-se no estilo de usar animais e objetos inanimados para descrever os costumes e o caráter dos homens, comunicando instruções sem parecer assumir a autoridade de um mestre ou pedagogo.

Selecionei uma série de Fábulas de Esopo para atender ao propósito de transmitir mensagens importantes relacionadas a questões contemporâneas de uma maneira que possam ser compreendidas na base. Não é a intenção das lições impor autoridade moral, muito menos fazer proselitismo de nossa sociedade de seus fracassos e fraquezas. Elas apenas buscam elevar a consciência para a mudança, da maneira mais humilde que podemos encontrar.

Aqui estão algumas das fábulas populares de Esopo com a moral que elas transmitem.

Fábulas Populares de Esopo:

1. A raposa sem cauda – Os sábios não são facilmente enganados

2. O menino pastor e o lobo – Se contarmos mentiras, ninguém acreditará em nós quando falarmos a verdade.

3. O viajante prepotente – As pessoas que se gabam logo são descobertas.

4. O corvo e a raposa – Cuidado com as pessoas que dizem coisas boas que não querem dizer.

5. Quem vai chamar o gato – Algumas coisas são mais fáceis de dizer do que de fazer.

6. O corvo e o cisne – Pense bem antes de copiar outras pessoas.

7. O lobo e o cordeiro – As pessoas que querem fazer algo ruim sempre encontram uma desculpa.

8. O leão e a lebre – Às vezes é mais sábio se contentar com o que você tem.

9. Irmão e irmã – É melhor ser bom do que ser bonito.

10. A galinha dos ovos de ouro - Um homem ganancioso pode perder tudo o que tem.

11. O vento e o sol – A bondade geralmente faz as coisas mais rapidamente do que a força.

12. As árvores e o machado – Tenha cuidado ao ceder sobre coisas pequenas, ou você pode ter que ceder sobre as grandes.

13. O cachorro e seu reflexo – Se você quer mais porque é ganancioso, no final você pode descobrir que tem menos.

14. O abeto e o espinheiro – Pessoas muito orgulhosas podem se arrepender depois.

15. A formiga e a pomba – Ninguém é pequeno demais para ser útil.

16. Os meninos e os sapos – Não faça com outras pessoas coisas que você não gostaria que fizessem com você.

17. O corvo e o jarro – Se você se esforçar o suficiente, poderá descobrir que pode fazer algo que a princípio parece muito difícil.

18. O cão na manjedoura – Não impeça os outros de terem o que você não precisa.

19. A raposa e as uvas – É tolice dizer que você não quer algo só porque não pode tê-lo. (expressão idiomática: uvas azedas)

20. Os lobos e o cachorro – Aqueles em quem não se pode confiar merecem ser maltratados.

21. A raposa e o leão – As coisas nem sempre são o que parecem ser à primeira vista.

22. O urso e os viajantes - Um verdadeiro amigo não o deixará enfrentar problemas sozinho.

23. A raposa e a cegonha – Se você prega peças maldosas em outras pessoas, elas podem fazer o mesmo com você.

24. O homem e a perdiz – Ninguém ama um traidor.